quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Último dia do ano.

 


Na mesa, uma toalha de recortes com todas as fotografias que nos cabem no coração. Desfiamos um rosário de máscaras, benzemo-nos em antissético e, rogamos calor de abraços e de beijos inocentes.  Suplicamos pela vida, imploramos os laços de sangue. Ano de cruz. Lá fora, a última lua cheia da década, o último dia do ano e, os amigos que não entram em casa. Prisioneiros e famintos, somos como lobos em matilha num dia frio de profundo inverno. Acendemos as velas, olhamos fixos a chama como se fosse verão e, acreditamos que não estamos sós.


(clica na fotografia para melhor imagem)