Foi um desassossegado tempo parado em dias de confinamento. Nunca
pensei fotografar pássaros num estúdio inventado - das coisas velhas, das tias -
um chapeleiro que se virou ao contrário e transformou-se em bebedouro de
pássaros. No frenesim, ou na lentidão das voltas das avezinhas que sobrevoavam
o laranjal, um descanso de asas e o bebericar no meu chapeleiro louco. Depois,
veio o desconfinamento, as lojas a abrirem e comprei um coração para dar uma
graça ao meu estúdio inventado. Hoje, com o coração a desmaiar de cor, partilho
estes passarinhos juvenis, crias dos que por cá passaram.
(Chapim-azul (Cyanistes caeruleus),