Texto e fotografia,mz
As mini rosas e a
máquina fotográfica vintage que agora estão comigo, têm aqui o propósito das
recordações. E na mala grande, álbuns com a vida lá dentro: a salinha de estar com a jarra de rosinhas salmão por cima do
naperon de crochet e a tia com os rolos no cabelo e a lata de laca sunsilk a armarem-lhe
o cabelo todos os dias. Os casamentos de mesas corridas, os bolos brancos de noiva
de andares quase até à lua; como eram grossas as alianças! Viagens à europa de roulotte,
as minissaias, e fatos de banho com copas de espuma. O pai a tirar fotografias às
estrangeiras de biquíni. Outras, com as golas altas e as gangas, calças de boca-de-sino,
as gravatas grossas e sapatos de plataforma. A guerra fria nas conversas e os piqueniques de
salada russa, o eterno abre latas para as latas de pêssego em calda. As poses e os sorrisos, e os ares
carrancudos sem hipótese de repetição. Os cliques da máquina fotográfica e as revelações.
A máquina não tem rolo há anos, mas as roseiras encostadas aos muros prometem testemunhar ainda, muitas memórias de Maio. É uma herança de amor.
A máquina não tem rolo há anos, mas as roseiras encostadas aos muros prometem testemunhar ainda, muitas memórias de Maio. É uma herança de amor.