Texto e fotografia,Mz
Já é Dezembro e acordámos assim, a geada a cobrir tudo o que
ficou ao relento. Um sol morno que não nos consegue aquecer o rosto, mas logo,
logo, uma vontade de sair de casa com os narizes já arrefecidos pela aragem. Das
bocas, baforadas de vapor como se de dentro de nós tudo fosse uma gigantesca panela
de água quente. Na caminhada, adoramos o chão de geada a estalar por baixo dos
pés; terra, ervas e folhas. Já tínhamos saudades disto; do frio a sério que até
mata os bichos pequeninos - dizem os antigos. Saudades deste frio que adoça as laranjas e as
tangerinas.