Texto e fotografia,Mz
E o brilho de hoje é outro, são estas gotas de água - diamantes.
Foi a chuva
que veio sorrateira de madrugada namorar os telhados e as árvores. Um embalo
apaziguador, um sussurro de serenata beijando o chão lá fora, um pedido de
desculpa, a nós, que tanto suplicámos que caísse assim, fluída, libertina, num
cantar também à desgarrada. Convidando à festa, à reconciliação, a um arredar da
cortina para que tivéssemos a certeza que era ela, continuou num arrulho suave
até ser manhã. E junta ao nevoeiro, ou num raio de claridade, acreditámos que não
era apenas namoradeira; viera para casar, e fazer jus à estação. Ainda chove e já é noite.
Portugal desde Setembro em seca severa e extrema, tem na chuva, a pedra preciosa mais valiosa que pode haver.