Texto e fotografia,Mz
(P. Rocha)
As férias grandes. Uso aqui este termo; férias grandes.
Fazem-me lembrar outros tempos, outros Verões, aqueles em que tudo
parecia interminável. Saco de pano cheio de sandes, a manta na areia, o
nevoeiro cerrado, mas maravilhoso, o sol a escaldar sem nos darmos conta, a
pele enrugada de tanta água. Os jogos de cartas e o tabuleiro de areia, com
pedrinhas e conchinhas se iam ganhando jogos até o sol quase se pôr. Todos os
sonhos paravam ali. A eterna juventude. E retomados os sonhos, muitos anos de
verões, fugimos todos para conhecer mundo, a intelectualidade deste, a história
nas praças, nos monumentos, nos museus. A confusão dos aeroportos, as malas, os
chapéus de turistas e mochilas carregadas de magnetes para o frigorífico, que os
há em todos os países e coleccionadores também. A praia já é outra, contudo, querendo
sempre a antiga, a vintage, com muito azul, muitas riscas, com mais protecção, mais
cuidados, mas sempre azul, muito azul, e o repouso que o corpo pede.