quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Fazer o Natal acontecer





A casa continua com jarras grandes e pequenas espalhadas pela casa, cheias de azevinho ainda com as bolinhas bem vermelhas e, é assim que eu gosto, simplicidade e tradição. É só ir ao quintal e colher. Pinheiro? Não. Há muitos anos que não cortamos pinheiro para a árvore de Natal, os que existem são enormes e queremos preservá-los rezando para que os fogos não atinjam a floresta. Tenho os postais de Natal que ainda recebo do tio de Aveiro e da prima de Lisboa. Adoro. A prima é "modernaça", escreve sempre uma mensagem de Natal em inglês e deseja um Feliz Ano Novo em português. É da forma que lhe deve sair melhor e é a força da globalização. O tio, é clássico, um postal de Natal com brilhantes, fundo com neve e estrelas ou o presépio. As coisas vão-se aconchegando como uma barriga de grávida, ajeitam-se à coisinha pouca, um grão de afecto e ao coração cheio. Gosto de viver as épocas sem preconceitos, de ser aquilo que sou e que sinto de verdade. Se faço o Natal acontecer? Seja o acolhimento um gesto solidário, que diga a jovem estudante estrangeira que estava só no dia de Natal e, quando eu o soube, surgiu imediatamente o convite sem demora. Veio para nossa casa. Se faço o Natal acontecer que seja um dia no ano, já é bom, para mim tudo fez mais sentido. Somos milhões. 

mz



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