Para
além do trivial, não me lembro de me falarem de pássaros pelo natal. Que voasse
alto, apenas de anjos com asas. E estes, a pensar que são de natureza
incorpórea, e são coisas de Deus, parece herege dizer que não existem. Na
verdade, não me inquieta muito que não sejam visíveis. Fazem parte da aceitação inconsciente de
todas as coisas estranhas de natal e que são de igual modo, boas. Não fazem mal a
ninguém. Crer no que queremos continuar a ser; fantasias de criança ou ilusões de adultos, que seja fé e fado a valer. Que valha
por todos os recomeços. E que cheguem sempre os abraços e os sorrisos, as fitas
e os laços que fazemos e que queremos na nossa vida. Assim seja, sempre, Natal. Bons voos.
mz
fotografia do blogue, Diário de Lisboa