Só os
tolos vão ver as estrelas quando chove. Levam amigos iguais a eles e crianças
de colo às cavalitas que não dormem apesar de ser noite. Aprende-se a ver no
escuro. Escutam-se alguns insectos, o arredar do pinheiro manso e outras folhagens,
conversas divertidas que se depreendem pelos risos que se soltam. Quando o céu
fica seco de água, parece que o lavaram a propósito, as estrelas, lá aparecem,
milhões delas e aguarda-se. Esperam-se as cadentes no mais escuro que se
conseguiu e com o mar lá em baixo, aproveita-se a magia das coisas, alguma
ilusão, nem que as estrelas nos matem.
mz
imagem: João Vaz de Carvalho
artista plástico e ilustrador, pesquisa google
artista plástico e ilustrador, pesquisa google