Existe um pequeno sino feito de porcelana, vem lembrar o
prometido da passada semana. Dezembro dos afectos, das grinaldas de azevinho,
das palavras entre pratos, dos presentes com carinho. Segue agora neste embalo,
mais um que é salgado. Reduzido. Conservado. Forte. Encorpado. Ofereço-vos
pimento em tempero colorido. Valente e sensual ofusca o que se segue – o prato
principal. Pálido. Fiel. Demolhado e preparado. Lascado o bacalhau. Sem
afrontas é de paz, tradição e coração. Espiritual, muito próximo do Natal. Volta
o sino a badalar para vir anunciar sobre (a) mesa, a guloseima e ainda outro
presente, para que fique bem assente. Um boião de doce figo. Conto eu a sua
história - de pingo mel, de pinga amor. Com a branca açucarada não é que se
envolveu? A química que aconteceu. Muito namoradeiro.
Mais ainda eu vou contar, não posso ficar calada. Casa bem com o requeijão e com o
outro, o da serra, uma fusão tão apreciada. Falamos de sabores meus
senhores, arrede-se esta confusão. Vem aí uma tarte de grão.
Quase, quase a acabar a ementa e os presentes, volto logo, logo, logo com mais sorrisos e olhos luzentes.
mz