domingo, 4 de dezembro de 2011

Carícias Indiferentes...


Registos de voz escrita, que largo de mim assim...
Pensamentos em jeito de carícias que queria também que  sentisses comigo. Passam-te ao lado porque não tens tempo. Assim, corro riscos ridículos por me deixares pendurada com os meus registos para ti, indiferentes. Para que escrevo eu afinal... Para que escrevo eu, se preferes   o físico e o palpável, ainda que gostes de mimo e tenhas muito carinho para me dar. Negas. Negas sempre, mas eu sei que preferes muito mais as palavras na hora, penduradas no éter dos sentidos. Preferes o olhar rápido aos saltos dos meus sapatos, o cheiro estendido do meu cabelo, o meu sorriso espontâneo do momento. Adoras as palavras ditas. Historiazitas contadas dos jornais diários a par das vidas dos amigos e família e as nossas... As da nossa vida. É mais fácil falar, contar e ouvir, as vozes. Peço, lê o que escrevo. Lê com tudo o resto. Tudo misturado com o físico, o respeito e o amor. Esforça-te. Não fiques indiferente e arranja tempo para o meu registo, escrita de carícia que tenho para ti.


À partida, todos os registos são cansativos. É trabalho metódico, soam a obrigatoriedade, saem do espontâneo. Exigem reflexão e carecem de tempo. Os do coração, passados para a escrita correm riscos ridículos, porque nem todas as pessoas têm a pachorra de parar para os ler, até mesmo as que nos amam de verdade.





Imagem: Galeria das Obras de:

Para: Fábrica de Letras
Tema - Indiferença


Com carinho
Mz