domingo, 18 de dezembro de 2011

Prenda para Sofia...


Depois de estar com Ele, não posso ficar calada
Escuta o que te digo, sou Maria assinalada!
Trago no ventre um menino que vai nascer rosadinho
Viver com amor da gente e guiar-nos o caminho

Quero fazer-lhe uma manta, para que fique quentinho
Porque a gente é quem manda, na ternura e no carinho
Uma canção de embalar, ou um fado genuíno
Com guitarras a tocar as penas do seu destino

Versos simples... inocentes
Aqui deixo minha gente
É fado menino, para cantar em família
Minha prenda para Sofia...
Com José e Maria!







imagem: Kelly rae roberts aqui
 
Com carinho
Mz

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Acorda...



Alguém me soprou ao ouvido e disse-me baixinho que o Menino é só para enfeitar, está para ali esquecido... Shiuuu...
Entretanto, sentado numa cadeira de austeridade, Gaspar*, de voz mansa e arrastada, mete a mão no nosso bolso e corta-nos pacotes de felicidade. E para nós, tudo o que é mais, é apenas  menos. Acordem o menino! Um sopro natalício disse-me que só assim o tempo será de luz mesmo que as nuvens carreguem os dias de chumbo e cinza. A esperança tem de ser reinventada e a fé, renovada. Que se lixem os enfeites de rua este Natal... Acordem o menino, o vosso menino!





Se por acaso és de outro país ou planeta...
*Gaspar era suposto ser um Rei Mago com oferendas para o Menino, mas neste texto é apenas o Ministro das Finanças que nos oferece pacotes de austeridade.




Escultura de Étienne-Maurice Falconé



Com carinho
Mz

domingo, 4 de dezembro de 2011

Carícias Indiferentes...


Registos de voz escrita, que largo de mim assim...
Pensamentos em jeito de carícias que queria também que  sentisses comigo. Passam-te ao lado porque não tens tempo. Assim, corro riscos ridículos por me deixares pendurada com os meus registos para ti, indiferentes. Para que escrevo eu afinal... Para que escrevo eu, se preferes   o físico e o palpável, ainda que gostes de mimo e tenhas muito carinho para me dar. Negas. Negas sempre, mas eu sei que preferes muito mais as palavras na hora, penduradas no éter dos sentidos. Preferes o olhar rápido aos saltos dos meus sapatos, o cheiro estendido do meu cabelo, o meu sorriso espontâneo do momento. Adoras as palavras ditas. Historiazitas contadas dos jornais diários a par das vidas dos amigos e família e as nossas... As da nossa vida. É mais fácil falar, contar e ouvir, as vozes. Peço, lê o que escrevo. Lê com tudo o resto. Tudo misturado com o físico, o respeito e o amor. Esforça-te. Não fiques indiferente e arranja tempo para o meu registo, escrita de carícia que tenho para ti.


À partida, todos os registos são cansativos. É trabalho metódico, soam a obrigatoriedade, saem do espontâneo. Exigem reflexão e carecem de tempo. Os do coração, passados para a escrita correm riscos ridículos, porque nem todas as pessoas têm a pachorra de parar para os ler, até mesmo as que nos amam de verdade.





Imagem: Galeria das Obras de:

Para: Fábrica de Letras
Tema - Indiferença


Com carinho
Mz