Gosto de ti.
Deveria guardar esta frase simples e o resto das palavras que aqui vou deixar. Deveria guardar tudo numa gaveta juntamente com toda a minha lista de desejos proibidos. Fechá-la à chave e de seguida atirá-la ao mar.
Mas, depois, que teria para partilhar com vocês este mês?
Na gaveta guardei apenas a aliança...
Assim, atrevo-me a deixar-vos com as campaínhas todas a tilintar.
E depois atirem a primeira pedra!
O meu espírito é livre. Basta pensar...
São raros os dias, mas, sempre que vens ao encontro do meu pensamento, assinalo-te com flores na minha agenda.
Tu não sabes. Ninguém sabe. É um segredo meu.
Fazes parte da lista de desejos proibidos.
Gosto de ti. Com ingenuidade e com lascívia.
Gosto de ti para além de todos os prazeres carnais, mesmo distante do corpo e do desejo e da troca de beijos em que nos poderíamos tornar nascentes.
Gosto de ti ao ponto de pecar em pensamento. E peco ainda mais porque, não tenho dúvida de como seria fácil de pecar em actos.
Há alturas em que o desejo se manifesta numa espécie de gemido, P-E-C-A-D-O-R-A
Gosto de ti.
Raros são os dias em que te tenho no meu pensamento. Mesmo assim, não sei se és real ou apenas existes para eu me penitenciar.
Escrito a pensar no tema “Gosto de...” (Fábrica de Letras) que foi ultrapassado pelo “Estava vazio...” como não o posso publicar lá, partilho-o aqui só com vocês.
(Fotografia:APereira)
Com carinho
MZ