Muito devagar, ela passeia-se pelas ruas decoradas.
A iluminação forte e colorida põem-na tonta.
A iluminação forte e colorida põem-na tonta.
Mas ela prefere esta tontura à outra!
Pessoas animadas passam por nós como trânsito em hora de ponta, dão-nos pequenos encontrões e pedem desculpa.
Ela desculpa e não se importa!
Entende-as,
ela também não tem muito tempo, mas ao contrário delas, move-se lentamente...
Agora, faz tudo muito devagar e o tempo foge-lhe muito rapidamente.
Lembra-se que em Agosto, corria nas compras de última hora para umas merecidas férias. Carregava sacos e mais sacos...
Alegre, irradiava energia, força!
Dezembro chegou, e tudo isso ficou para trás.
Agora, as forças quase lhe faltam para que possa carregar o seu próprio corpo...
Também precisa de fazer compras, não por vaidade ou porque é quase Natal...
As suas roupas caem-lhe pelo corpo, este encolheu e ela está seca como mirra.
Demora-se em cada montra, cansada...
Ainda assim, ela prefere este cansaço ao outro!
Sente fraqueza e precisa de comer qualquer coisa.
O bolo-rei, os sonhos, as filhós também anunciam que o natal está muito próximo.
Pede uma filhós mas à primeira dentada sente-se enjoada.
Ainda assim ela prefere este enjoo!
Tudo é preferível aos efeitos da rádio e quimioterapia...
Da janela rasgada e transparente, olha para as águas vivas da “nossa Veneza”...
Os seus olhos baços dançam acompanhando os movimentos ondulantes dessas águas que reflectem uma aguarela trémula, são as luzes alegres de Natal.
Os lábios secos e descoloridos segredam baixinho...
“Deixa-me viver este Natal!”
Tema para a Fábrica de Letras: "Natal"
Também precisa de fazer compras, não por vaidade ou porque é quase Natal...
As suas roupas caem-lhe pelo corpo, este encolheu e ela está seca como mirra.
Demora-se em cada montra, cansada...
Ainda assim, ela prefere este cansaço ao outro!
Sente fraqueza e precisa de comer qualquer coisa.
O bolo-rei, os sonhos, as filhós também anunciam que o natal está muito próximo.
Pede uma filhós mas à primeira dentada sente-se enjoada.
Ainda assim ela prefere este enjoo!
Tudo é preferível aos efeitos da rádio e quimioterapia...
Da janela rasgada e transparente, olha para as águas vivas da “nossa Veneza”...
Os seus olhos baços dançam acompanhando os movimentos ondulantes dessas águas que reflectem uma aguarela trémula, são as luzes alegres de Natal.
Os lábios secos e descoloridos segredam baixinho...
“Deixa-me viver este Natal!”
Tema para a Fábrica de Letras: "Natal"