Tempo de cerejas.
Deliciosas, suculentas, viciantes... comem-se umas atrás das outras. São como as palavras e as palavras, são como as cerejas. As palavras arrastam histórias vividas e foi assim que aconteceu...
Ontem, li uma história em que as cerejas foram motivo de brincadeiras sensuais, levando um homem e uma mulher ao êxtase numa noite em que nada fora planeado...
Saboreava cada cereja enquanto sentia cada frase daquela história. Tal como as cerejas e as palavras, as histórias puxam histórias, por isso, também eu tenho uma história de cerejas para contar. Não é uma história quente e sensual como a que li ontem.
A minha história é simples e infantil. Ela leva-me ao meu tempo de menina e criança.
Leva-me ao tempo em que comer cerejas em minha casa era um dia de festa. Os tempos eram outros.
Era um tempo em que o longe era mesmo longe e tudo demorava a chegar ao seu destino.
Era um tempo em que tudo tinha a sua época bem definida.
O Outono trazia-nos nuvens negras e as primeiras chuvas. O Inverno era frio, ventoso e estendia-nos mantos de geada branquinha. A Primavera, oferecia-nos um sol ameno e um cheiro a erva doce e o Verão parecia... ETERNO!
Ontem, li uma história em que as cerejas foram motivo de brincadeiras sensuais, levando um homem e uma mulher ao êxtase numa noite em que nada fora planeado...
Saboreava cada cereja enquanto sentia cada frase daquela história. Tal como as cerejas e as palavras, as histórias puxam histórias, por isso, também eu tenho uma história de cerejas para contar. Não é uma história quente e sensual como a que li ontem.
A minha história é simples e infantil. Ela leva-me ao meu tempo de menina e criança.
Leva-me ao tempo em que comer cerejas em minha casa era um dia de festa. Os tempos eram outros.
Era um tempo em que o longe era mesmo longe e tudo demorava a chegar ao seu destino.
Era um tempo em que tudo tinha a sua época bem definida.
O Outono trazia-nos nuvens negras e as primeiras chuvas. O Inverno era frio, ventoso e estendia-nos mantos de geada branquinha. A Primavera, oferecia-nos um sol ameno e um cheiro a erva doce e o Verão parecia... ETERNO!
A minha aldeia não tinha cerejeiras e os seus frutos chegavam até nós vindos da cidade mais próxima. As cerejas eram compradas no mercado e trazidas para casa. Para mim, era sempre um dia especial, aguardava-as ansiosa, não só pelo seu sabor mas também pela sua cor, pelo seu formato de bolinha. Era o fruto mais pequenino que eu conhecia e vinha só uma ou duas vezes por ano até mim.
Aquele fruto tão especial, fazia as delícias da minha infância.
Aquelas cerejas não eram só para comer, aquelas cerejas eram as minhas jóias de brincar. Enquanto umas eram saboreadas, outras eram coquetemente colocadas nas minhas orelhas. Elas eram os meus brincos especiais e eu sentia-me uma verdadeira princesa.
Aqueles pingentes entre o rosa e o vermelho balouçavam a cada movimento de cabeça propositado espreitando pelos meus longos cabelos loiros.
Aí estava eu... linda com aquele par de brincos que a natureza me oferecia.
Aquelas cerejas não eram só para comer, aquelas cerejas eram as minhas jóias de brincar. Enquanto umas eram saboreadas, outras eram coquetemente colocadas nas minhas orelhas. Elas eram os meus brincos especiais e eu sentia-me uma verdadeira princesa.
Aqueles pingentes entre o rosa e o vermelho balouçavam a cada movimento de cabeça propositado espreitando pelos meus longos cabelos loiros.
Aí estava eu... linda com aquele par de brincos que a natureza me oferecia.
Hoje, continuo a adorar cerejas e de vez enquando ainda coloco um par de cerejas em cada orelha e recordo aqueles momentos com muita doçura.Como eu era feliz com aqueles brincos!
com carinho
MZ
MZ