domingo, 28 de junho de 2009

Uno


Depois do silêncio...
A explosão de um sol
que se fez esperança
A guerreira é enfaixada de verde
Sentindo-se o todo e o nada
Mergulha nos elementos
Ar, fogo, água, terra, vento

Depois...

Despe a armadura
Limpa o cansaço...
Perfuma-se em flores de cerejeira
Solta os cabelos,
Enlaça a pulseira
e volta a ser
feminina
sensual
frágil

e...

com dúvidas!

ela e eu somos

"UNO"
com carinho
MZ


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pronta




Despojada de adereços e vaidade
com atitude no olhar
veste-se de guerreira
As palavras emudecem
resta o silêncio...
Pronta!

(imagem:google)


com carimho
Mz


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Desejo




De manhã de manhãzinha
porque ontem foi domingo
os meus pés obedeceram...

Obedeceram ao meu desejo
Chegaste brincalhão
com ondinhas transparentes
diamantes,

puros e cristalinos.

Coceguinhas
de areia macia,
beijos...

molhados em meus pés
não resisti...
e entrei em ti
meu mar
suave como nunca
quente como nunca.

Foste o meu presente no maior dia do ano...
já é Verão!
com carinho
MZ

sábado, 20 de junho de 2009

Cerejas


Tempo de cerejas.
Deliciosas, suculentas, viciantes... comem-se umas atrás das outras. São como as palavras e as palavras, são como as cerejas. As palavras arrastam histórias vividas e foi assim que aconteceu...
Ontem, li uma história em que as cerejas foram motivo de brincadeiras sensuais, levando um homem e uma mulher ao êxtase numa noite em que nada fora planeado...
Saboreava cada cereja enquanto sentia cada frase daquela história. Tal como as cerejas e as palavras, as histórias puxam histórias, por isso,
também eu tenho uma história de cerejas para contar. Não é uma história quente e sensual como a que li ontem.
A minha história é simples e infantil. Ela leva-me ao meu tempo de menina e criança.
Leva-me ao tempo em que comer cerejas em minha casa era um dia de festa. Os tempos eram outros.
Era um tempo em que o longe era mesmo longe e tudo demorava a chegar ao seu destino.
Era um tempo em que tudo tinha a sua época bem definida.
O Outono trazia-nos nuvens negras e as primeiras chuvas. O Inverno era frio, ventoso e estendia-nos mantos de geada branquinha. A Primavera, oferecia-nos um sol ameno e um cheiro a erva doce e o Verão parecia... ETERNO!

A minha aldeia não tinha cerejeiras e os seus frutos chegavam até nós vindos da cidade mais próxima. As cerejas eram compradas no mercado e trazidas para casa. Para mim, era sempre um dia especial, aguardava-as ansiosa, não só pelo seu sabor mas também pela sua cor, pelo seu formato de bolinha. Era o fruto mais pequenino que eu conhecia e vinha só uma ou duas vezes por ano até mim.
Aquele fruto tão especial, fazia as delícias da minha infância.
Aquelas cerejas não eram só para comer, aquelas cerejas eram as minhas jóias de brincar. Enquanto umas eram saboreadas, outras eram coquetemente colocadas nas minhas orelhas. Elas eram os meus brincos especiais e eu sentia-me uma verdadeira princesa.
Aqueles pingentes entre o rosa e o vermelho balouçavam a cada movimento de cabeça propositado espreitando pelos meus longos cabelos loiros.
Aí estava eu... linda com aquele par de brincos que a natureza me oferecia.

Hoje, continuo a adorar cerejas e de vez enquando ainda coloco um par de cerejas em cada orelha e recordo aqueles momentos com muita doçura.Como eu era feliz com aqueles brincos!



com carinho
MZ

terça-feira, 16 de junho de 2009

Magia...

Mesa coberta de negro
Uma caixa de magia...

Lenços coloridos
Pombas brancas
Ouros, copas, espadas e paus
manuseados entre dedos ágeis de homens de fato escuro
em sofisticados palcos
ou circos multicoloridos
É a magia de capa, cartola e varinha
É a magia estudada, trabalhada, calculada
São espectadores e palmas ruidosas
São bilhetes de ilusões...

Outras magias existem
simples...

Sem truques ou alquimias
É a magia das palavras que nos levam a viagens únicas...
É magia das distâncias que se tocam num tempo virtual
São sorrisos... rasgados, expontâneos, contagiantes
São olhares de mel, doces... serenos

Outras magias existem
Simples...
Sem truques ou alquimias

Pode ser o meu olhar ou o teu sorriso...



com carinho
MZ

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sakura


Separados por milhões de gotas salgadas de um Oceano
Pacífico,
Vindos de longe...
Atravessaram mares
Chegaram em caravelas
as pratas
o cobre
s sabores...
Biombos em papel de arroz, sábiamente folheados a ouro
onde flores de cerejeira, faisões e outros pássaros raros
delicadamente pintados
esconderam segredos de Gueishas e Samurais
Oriente e ocidente, unidos por um estrado de água
engoliram séculos de diferentes culturas
Os mares e os Oceanos permaneceram,
guardando com eles, tesouros de viagens inacabadas...

Sonhei eu... um dia,
ser Gueisha ou Samurai?
Fascinava-me a Gueisha ...
De rosto pálido e lábios rubros,
Olhar rasgado e exótico
Passos silenciosos...
Delicados gestos, roçando suave a seda do seu Kimono
escondendo a candura da sua pele
Graciosa e feminina
Ainda me fascina, mas... esfumou-se
em perfumes de incenso
e o que veio ao meu encontro, foi
a flor de Cerejeira – SaKura
com ela,
o Samurai...
Pela manhã,
cinjo o meu corpo ao Kimono
e descalço os meus pés,
de joelhos,
dobro-me em rituais de saudação

Entrou em mim
a semente
depois o sol
agora...
espero crescer
Acordo o meu corpo, ainda adormecido
com movimentos coordenados em vários sentidos e direcções
Partilho com outros colegas
esquivas, bloqueios, batimentos, projecções...

Corpo a corpo
Jujutsu
é a minha arte marcial
Aprendo a cair e a levantar-me
a ganhar força, quando já estou cansada
aprendo a concentrar-me e estar mais atenta
a controlar a dor e a ser... suave
Liberto as más energias
e recebo tranquilidade mental
Respeito o meu adversário...
espero o mesmo da sua parte

Sou
SAKURA
Delicada
Frágil
Perfumada...
Não sou Samurai
prefiro perder um combate
do que nunca mais treinar

À minha Sensei
deixo o meu grito...
Kimé
Kiai
SaKuraaaaaaa!



A vocês que me leram,
"torçam" por mim vou ter exame este mês






com carinho
MZ

sábado, 6 de junho de 2009

Vento


Fiel ao meu mar de azul me vesti
Vim até ti seara...


Quero agradecer.
Agradecer ao vento que passa por mim...
Vagaroso ou apressado
abrindo-me portas de sensações.

Quero agradecer.
Tudo o que de bom ele me trás
Vozes e risos...
que de longe,
viajam em carruagem de brisas.
Veleiros de velas brancas, ondulando nas ondas do mar
Os sons da Terra que chegam,
qual sinfonia obedecendo ao vento, maestro
O vôo livre das aves
ou de um papagaio de papel.

Os beijos que chegam no bico de um pássaro
Penas de metal e vidro
Com vento de cauda mais cedo meus lábios vêm tocar

Quero agradecer o céu sem núvens,
o ar puro que só ele consegue limpar.
A chuva e o cheiro da terra
Todos os perfumes voláteis...
Quero agradecer ao vento,o milagre da fecundação
quando em leito de núpcias,
 levita noivas de polén gerando mais flores,
mais frutos,
mais aromas...
Vim agradecer ao vento Seara

Não resisti!


(Imagem :Google)
com carinho
MZ



quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tu...


Hoje

Amanhã

e depois...

Não me esqueço de ti

Eu sei que existes, criança


Tu
que numa só imagem

consegues rasgar o Mundo

com a "miséria" do teu contentamento

Eu não me esqueci ...


Todos os dias são dias, criança!


com carinho

MZ





segunda-feira, 1 de junho de 2009

Corro para ti...

Três conchas apenas...
Em meu corpo nu...
Três conchas em tons de azul me enfeitam
E numa toalha macia...
macia de areia fina eu me deito

Fico assim...
Pronta para o sol me acariciar

Vem...
Acalenta a minha pele,
morninho pela manhã
Cobrindo-me como um xaile de seda dourada...
Teus raios, são finas franjas cintilantes
que sobre mim vêem poisar

Foram dias de Inverno, tu sabes!
e agora, que a Primavera já quase se foi,
eu deixo-me ficar quieta...
Sou tua...
Porque eu hoje quero-te, SOL!

És silêncio e calor...
e nesse teu silêncio...
sem me dar de conta
apressas-te a enganar-me
quando sobre o meu corpo
com teus lábios de chamas me queres queimar...

Hoje já não te quero mais, oh SOL!
Corro para o meu mar...



com carinho
MZ